Quem foi Carlos de Foucauld?

O Beato Carlos (Charles) de Foucauld nasceu em Estrasburgo (França), no dia 15 de setembro de 1858, e faleceu a 1 de dezembro de 1916, em Tamanrasset, no deserto da Argélia.

Pertencia a uma família nobre e rica, tendo herdado uma grande fortuna do seu avô e o título de visconde. Era um menino cheio de vivacidade, esperto, com muita fantasia e apaixonado pela leitura. No percurso académico, acabou por ler muitos livros antirreligiosos, que o levaram a perder quase totalmente a fé, não deixando contudo de procurar a verdade, lançando a questão: «Meu Deus, se Tu existes, faz-me conhecer-Te!».

Frequentou a Academia Militar, tendo sido destacado para a Argélia, então uma colónia francesa. Enamorou-se pelas terras africanas e pelo sentimento religioso do povo islâmico, fazendo com que a inquietação religiosa crescesse dentro dele.

Em 1882 abandonou o exército, decidido a continuar a viajar pelo Norte de África. Queria conhecer Marrocos, mas como este país estava proibido aos ocidentais, arranjou um guia judeu e ele mesmo fez-se passar por judeu. Percorreu três mil quilómetros, tomando notas e escrevendo um diário de viagem. Regressou. Em maio de 1884 (11 meses depois de entrar em Marrocos), Carlos chega à fronteira com a Argélia. A sua viagem de exploração fora um sucesso que lhe granjeou imensa admiração em França.

Mas Carlos estava mais preocupado com a sua vida espiritual. Procurou um sacerdote, o P. Huvelin, que o guiou nos caminhos da conversão. Deu-se então o seu encontro pessoal com Deus. Tinha nessa altura 28 anos. Corria o ano de 1886.

Passados uns meses, fez uma peregrinação à Terra Santa, onde descobriu a humanidade de Jesus.

Em 1890, abraçou a vida religiosa e entrou na Trapa de Nossa Senhora das Neves, em França, adotando o nome de Irmão Alberico. Aos 38 anos, deixou a vida monástica e tornou-se ermita, fixando-se junto do convento das Irmãs Clarissas de Nazaré, na Galileia. Sentia-se feliz a viver na terra de Jesus e a fazer os trabalhos mais humildes. As monjas animaram-no a fazer-se sacerdote. Regressou a França e foi ordenado a 9 de junho de 1901, com 43 anos, na diocese de Viviers.

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Desejando testemunhar Jesus junto dos mais pobres e abandonados, partiu para Béni-Abbès, na Argélia. Aí construiu um ermitério, onde celebrava Missa. Resumiu assim o seu apostolado: «Imitação da vida escondida de Jesus de Nazaré, adoração ao Santíssimo Sacramento, sacrificando-me e fazendo todo o bem possível aos irmãos. Quero dedicar todas as minhas obras ao Sagrado Coração de Jesus».

A sua última residência foi no deserto, em Tamanrasset, vivendo com o povo Tuareg. De si, dizia: «Gostava de ser bom para que eles dissessem: “Se o servo é assim, como será o seu Senhor…?”».

Morreu no dia 1 de dezembro de 1916, assassinado em sua casa por membros de uma tribo que combatia o domínio francês.

Bento XVI beatificou este «grande vulto da santidade», a 13 de novembro de 2005.

No dia 1 de dezembro de 2016 celebrou-se o primeiro centenário da morte do Beato Carlos de Foucauld – ocasião que serviu para recordar e celebrar a sua vida e o seu carisma profético.

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