Agnus Dei é uma expressão em latim cujo significado é Cordeiro de Deus. João Batista referiu-se a Jesus como «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (cf. Jo 1, 29.36).
Esta expressão entende-se no contexto da religião judaica, que oferecia a Deus, em sacrifício, cordeiros e outros animais para expiação dos pecados do povo. Mas o cordeiro tinha ainda um significado mais profundo, pois era o essencial da ceia pascal, comida pelos Judeus todos os anos em memória da libertação do Egito. João Batista diz que Jesus é o verdadeiro Cordeiro que liberta e salva do pecado, porque vem de Deus e não é uma criatura oferecida a Deus pelos homens.
Mais tarde, São Paulo vai referir-se a Cristo como o «nosso cordeiro pascal» que «foi imolado» (cf. 1 Cor 5, 7). O mesmo acontece na 1 Carta de São Pedro (1, 19), onde se diz que fomos remidos «pelo sangue precioso» de Cristo, o «Cordeiro sem mancha». A figura do Cordeiro que foi imolado mas vive para sempre domina o Livro do Apocalipse (o último livro da Bíblia), referindo-se sempre a Cristo na plenitude do seu poder divino.
Na liturgia católica, a expressão Agnus Dei (Cordeiro de Deus) está presente, sobretudo, na celebração da Eucaristia. Usa-se no rito da comunhão, logo a seguir ao «abraço da paz», cantada ou recitada (Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo…); de seguida, após a fração do pão, o sacerdote eleva a hóstia diante da assembleia e proclama: «Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo».
Na iconografia cristã, a imagem do Cordeiro aparece inúmeras vezes com uma cruz, representando Cristo vencedor da morte. Na pintura e escultura de tradição latina, o Cordeiro com a cruz pode surgir associado à expressão Agnus Dei. Esta imagem aparece, com frequência, nos mosaicos e vitrais das igrejas. É o caso da Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima, na qual o Cordeiro domina o centro dos mosaicos que preenchem a parede por detrás do altar.
Dá-se também o nome de Agnus Dei a medalhões, de forma redonda ou oval, com a figura do Cordeiro místico do Apocalipse.
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