Exame de Consciência à luz do encontro entre Jesus e a Samaritana

III DOMINGO DA QUARESMA

“Jesus, cansado da caminhada, sentou-Se à beira do poço”. Tenho tempo para Jesus? Tenho tempo para escutar os outros? A quem deveria dar mais tempo e atenção? Falo ao coração? Escuto com o coração? Ou as minhas conversas são apenas um lavar de roupa suja, para falar mal dos outros? No diálogo, vou ao fundo das questões ou fico à tona da água?

“Veio uma mulher da Samaria para tirar água”. O que é que está a turbar ou a perturbar o meu coração neste momento? Que pecados me envergonham mais? Sou capaz de os assumir e de dizer sempre a verdade?

“Os judeus não se dão com os samaritanos”. Tenho alguém com quem não me dou? Desprezo alguém por ser diferente de mim? Pratico bullying, troça, violência das palavras ou de gestos sobre os outros? Estou de relações cortadas com alguém? Dei algum passo para me aproximar e reconciliar?

“O poço é fundo”. O que é eu gosto menos em mim? O que é que eu mais gostaria de tirar do fundo do poço das minhas misérias e pecados? O que é que está a inquinar a água do meu Batismo?

“Senhor, dá-me dessa água, para que eu não sinta mais sede”. Estou a encharcar, a poluir o meu coração com coisas e mais coisas? Sou capaz de viver uma vida simples, contentando-me com pouco, com uma alimentação simples? Valorizo ou desperdiço a água e os alimentos?

“Os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade”. Dedico tempo à adoração, ao silêncio, à contemplação? Sei estar calado? É a Deus que eu adoro e ponho no centro da minha vida? Ou adoro os falsos deuses das coisas, do futebol, do espetáculo, do dinheiro, da fama, do poder sobre os outros? Quais são os ídolos que substituem Deus na minha vida?

“Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus, por causa da palavra da mulher”. Sou pessoa-cântaro, que dá a beber aos outros da água fresca do Evangelho? Dou testemunho corajoso de Jesus, na minha família, na minha escola, no meu trabalho, no meu grupo de amigos? Ou envergonho-me?

Senhor,
se da dura pedra,
tiras um fio de água,
tira do chão desta mágoa
um fio de louvor.
Tira de mim
o que não posso dar-Te
e só Tu me dás.
O que ponho em tuas mãos,
são as tuas mãos que o traz!

Maria Eulália Macedo

Pe. Amaro Gonçalo Ferreira Lopes

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