A praga dos reportórios musicais para casamentos!

Ainda mal começou «a temporada» dos casamentos e nem o vírus eliminou a praga das propostas musicais para casamento, que parecem um cocktail de serviço à la carte. Em vez da citação das obras musicais, temos os link’s do Youtube, onde não faltam imagens vistosas de casamentos de notáveis em Igrejas famosas e a acostumada parolice sentimental.

Boas vozes, boa gente, boa vontade, mas quê… a Liturgia fica na gaveta!

Enquanto elemento litúrgico, a música deve corresponder ao sentido do mistério celebrado e conduzir os fiéis a participar nele, quer interior quer exteriormente.

Neste sentido, não são admissíveis aqueles cânticos que, pela música ou pelo texto, se afastam da linguagem própria da liturgia e desviem ou distraiam os fiéis do mistério celebrado.

O seu carácter sagrado e a sua adequação à Liturgia do Matrimónio são critérios fundamentais, acima dos gostos e das preferências dos noivos e/ou dos grupos que se apresentam para cantar ou tocar.

Enquanto elemento litúrgico, o canto deve integrar-se na forma própria da celebração; consequentemente, tudo – no texto, na melodia, na execução – deve corresponder ao sentido do mistério celebrado, às várias partes do rito e aos diferentes tempos litúrgicos.

Pois bem. É o que se sabe. Músicas de embalar, aleluias que demoram mais que o Evangelho, letras sofríveis, traduções péssimas.

De réplica em réplica, de cópia em cópia, de imitação em imitação, a coisa torna-se “viral” e a dada altura é o que está na moda. E não há volta a dar.

Ainda assim, cá estamos nós para procurar educar. Primeiro os noivos, que às vezes mandam de véspera o programa. Depois os coralistas e instrumentistas, se a presunção de alguns “artistas” não lhes desafinasse o ouvido, para a aprendizagem de coisas básicas da música e da liturgia.

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Mas enfim a temporada só agora está a começar. Ontem e hoje já gastei mais tempo a responder paciente e “pedagogicamente” aos emails do que o tempo da celebração serena do casamento.

Já adivinho as respostas, as reações e até o argumento de que o programa já foi executado em casamento oficiado por alta patente da hierarquia.

Pois é, todos engolimos sapos vivos. Até o estômago os repelir, por não poder mais.

Mas obviamente que ainda há, nesta área, quem perceba do assunto e dê um belo contributo à celebração.

Por: Pe. Amaro Gonçalo F. Lopes

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